quinta-feira, 17 de junho de 2010


Tramento Janaina
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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Artigo: Interligações

Interligações

Amanda de Angelis
Dácio Rodrigues
Fabiana P.P.Barreira
Janaína de Lima Torres Galindo
Michelle Araújo

Prof. Ms Lucy Figueiredo(lmbfigueiredo@anhembi.br)

Resumo

Com objetivo de produzir um fotobook e um blog fotográfico, tendo como tema Espaços Urbanos e subtema Vias Urbanas, fez-se uma pesquisa sobre o significado das palavras vias e urbanas, da frase – Vias Urbanas - de suas representações, interrelações, interligações e conexões com a cidade de São Paulo. Utilizou-se as idéias antropológicas e literárias dos livros; “As Cidades Invisíveis” de Ítalo Calvino e “A Cidade Polifônica” de Massimo Canevacci, como base teórica para escolher uma grande obra viária atual de enorme visibilidade, o Rodoanel, como objeto representativo da interconectividade existente entre as estradas e vias que chegam e saem da cidade com outras facetas da vida da mesma. A obra tem como objetivo a melhoria do transito e da qualidade de vida dos habitantes da cidade, mas durante as pesquisas, outras questões apareceram. Ao atravessar áreas rurais, de periferia, de reserva florestal e de reserva de mananciais, a obra interconecta-se com o mercado imobiliário, com o abastecimento de água e os acidentes geográficos que moldavam o crescimento horizontal da cidade, influindo de diversas maneiras na vida cotidiana de seus habitantes.

Palavras-chave: Interligações. Rodoanel. Vias.

Introdução

A produção de um projeto interdisciplinar, que conterá todo o conhecimento apreendido no semestre, foi colocada como exigência do curso Tecnólogo de Fotografia. Trata-se de um texto imagético sobre os espaços urbanos, focado em suas vias, suas artérias de comunicação, de transporte. Começou-se uma pesquisa pelos dicionários, leitura de livros, consultas a ONGs, a agências governamentais e ambientais para delimitar um tema que poderia representar o significado de via, - um caminho entre dois pontos, meio de juntar, e a obra viária que estava sendo feita pelo Governo Estadual pareceu juntar todos os quesitos, pois pode-se dizer que ele liga, conecta, todas as vias da cidade de São Paulo. Com fotos aéreas e terrestres, montou-se um livro que apresenta algumas dessas interligações entre o Rodoanel e a cidade.

Interligações

Ao falar-se de vias, abre-se a possibilidade de conversar sobre vários assuntos. A medicina fala de vias aéreas ou intravenosas. A via telefônica leva os sinais elétricos de telefones e computadores através do mundo. Vias fluviais, vias inteligentes, vias de fato ou até via férrea, como existia no projeto do Rodoanel.

Feito para interligar as rodovias e a cidade de São Paulo, ajudando ao trafego desta, esta imensa obra orçada em sua totalidade em mais de 15 bilhões de reais, tem em projeto a passagem pelo lado norte da capital a travessia da serra da Cantareira, trecho mais complicado da obra por causa da geografia do lugar. Pelo lado oeste, a ligação entre a Rodovia dos Bandeirantes e a Rodovia Régis Bittencourt se encontra pronta desde 2002. Do lado leste da capital, se encontra em projeto, mas já licitada, tendo como ganhador, o mesmo consórcio que fez a parte sul, que foi entrega em abril de 2010 mesmo não estando completamente concluído. O gasto no trecho sul foi de 4,86 bilhões de reais, movimentou 60 milhões de metros cúbicos de terra, 800 mil metros cúbicos de concreto, 327 mil metros cúbicos de asfalto, cruzando matas, vales e duas zonas de preservação de mananciais aquíferos da cidade, limites geográficos histórico-culturais da cidade. Planejada com pouco cuidado e estudo, e entregue sem estar terminada, a obra serviu de palanque para o Governador, em exercício na época, que a inaugurou, mesmo correndo o risco de publicidade negativa, pois os sistemas de captação de efluxos industriais, que evitariam a queda dos mesmos nas águas dos mananciais, não se encontravam prontos, abrindo a possibilidade de contaminação das reservas de água potável da cidade. Isto revela o pouco caso do governo com a segurança e o bem estar da população.


“É o humor de quem a olha que dá forma a cidade de Zemrude. Quem passa assobiando, com o nariz empinado por causa do assobio, conhece-a de baixo para cima: parapeitos cortinas ao vento, esguichos. Quem caminha com o queixo no peito, com as unhas fincadas nas palmas das mãos, cravará os olhos à altura do chão, dos córregos, das fossas, das redes de pesca, da papelada. Não se pode dizer que um aspecto da cidade seja mais verdadeiro do que o outro,(...)” (Calvino, 1990.p.64)

Em pesquisa nos meios de comunicação oficiais do governo de São Paulo, da prefeitura da capital e de sua publicidade nos deparamos com uma visão grandiosa que nos fala sobre os benefícios de uma obra de grande vulto como sendo a solução dos problemas de transporte, da qualidade do ar, da qualidade de vida da própria cidade bem como das cidades do entorno da capital, visão amplamente divulgada nos meios de comunicação de massa que induz o cidadão a concordar com a idéia de benefícios sem questionar outros valores que estão implícitos em uma obra deste porte. Ao olharmos para setores da sociedade que fazem uma oposição consciente ou estudam os problemas relacionados à obra, percebemos em sua comunicação que existem problemas aos quais não foram dada a devida atenção na execução de partes do projeto. Falhas, desrespeito ao meio ambiente, à cidade e seus moradores. Falta de planejamento estratégico de longo prazo para o país. Como escreveu Calvino neste trecho do livro Cidades Invisíveis, é o humor de quem olha, com seu conhecimento, sua cultura que empresta significado a imagem vista. Com uma sequência de imagens aéreas e terrestres, será demonstrado uma versão de visão das interligações existentes entre a obra e os vários lados da cidade que o Rodoanel quase que abraça, circundando-a, interligando as comunicações viárias direcionadas a São Paulo.


“Se quiserem acreditar, ótimo. Agora contarei como é feita Otávia, cidade-teia-de-aranha. Existe um precipício no meio de duas montanhas escarpadas: a cidade fica no vazio, ligada aos dois cumes por fios e correntes e passarelas. Caminha-se em trilhos de madeira, atentando para não enfiar o pé nos intervalos, ou agarra-se aos fios de cânhamo. Abaixo não há nada por centenas e centenas de metros: passam algumas nuvens; mais abaixo, entrevê-se o fundo do desfiladeiro.
Essa é a base da cidade: uma rede que serve de passagem e sustentáculo”. (AS CIDADES DELGADAS - ÍTALO CALVINO)

São Paulo, uma cidade que foi fundada por jesuítas, entre rios que formavam um obstáculo natural que dificultava o crescimento, mas ajudava no transporte, na alimentação, na comunicação entre a cidade e suas vizinhas. Foi durante sua vida lançando suas ruas, como tentáculos de um polvo ou como fios de uma teia-de-aranha, foram ligando-se uma a uma, quarteirão a quarteirão, avenidas, praças, pontes, estradas, túneis e toda uma rede de vias voltadas ao transporte.

O cidadão habitante, o paulista, correndo de um lado para outro, sentindo a transformação apressada da cidade, orgulhoso da sua condição de protagonista desta releitura da cidade, de seus valores e dos símbolos culturais deixados por seus fundadores, continuam a trabalhar cada vez mais, 24 horas por dia para colaborar nesta mudança, que é a própria essência da cidade. “Algumas das interpretações correntes sobre as tendências atuais da nossa cultura se dividem entre os que classificam o sacro como em declínio inexorável, em proveito de uma vida profana, e os que, pelo contrário, enfatizam sua revivescência, achando que o sacro, depois de ter vencido o Oriente, presta-se a ajustar contas também com o Ocidente.” (Canevacci, 147). Na cidade que não para, muda-se o sacro em profano e deste para o sacro, mistura-se os conceitos, as etnias, expande-se as ruas, os paradigmas, a cidade até encontrar outro obstáculo que seja visto como barreira ao crescimento.

Oposição Consciente

Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental em entrevista disse, ser possível a elaboração de um hidro anel em torno da cidade, meio de transporte eficiente e barato, ou seria melhor um ferro-anel que poderia ser interligado com ferrovias que viriam do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Centro-Oeste brasileiro formando uma vasta rede ferroviária de transporte barato, amigável ao meio-ambiente, que ajudaria a baixar o custo Brasil e a inflação, e a manter ou melhorar a qualidade de vida da população em geral ao baratear fretes e substituir milhares de caminhões, poluindo menos o meio-ambiente.

Produzindo

Fez-se pesquisa sobre o significado de vias urbanas e cogitou-se temas variados, tais como moradores de rua, luxo e lixo na avenida, túneis de São Paulo, pontes, grafismo das vias da cidade e a cada tema surgia um novo tema e uma nova problemática. A iconografia consultada, ampliava ainda mais as possibilidades. Imagens diurnas, noturnas, em angulos e maneira inusitados, mostravam novos significados para vias urbanas. O discurso das imagens, muitas vezes, ia além da aparencia mostrada à vista. Via-se ali o contraditório e nesse espírito, encontrou-se algo que está em torno da cidade, fora, mas que interliga todas as suas vias e sincretiza a ideia de urbano cosmopolita, o Rodoanel. Saiu-se a campo para fazer reportagem com entidades e no próprio local da obra. Fez-se um total de 237 fotografias. As fotografias aéreas feitas mostram a grandiosidade da obra e sua interferência por onde passa. As fotografias terrestres mostram detalhes do entorno, das pontes e da falta de canos para recolher materiais químicos, que porventura caiam das pontes que passam pelas represas.

Considerações finais

A opção feita pelo governo do Estado, em deixar de lado um ferro anel só concluir a parte rodoviária do projeto, beneficia o transporte rodoviário, fabricantes de pneus, indústria petroleira, montadoras de automóveis e caminhões, as grandes construtoras e a especulação imobiliária em detrimento de uma visão de longo prazo de manutenção de mananciais, consequentemente de abastecimento de água e manutenção da possibilidade da cidade continuar a ser habitada, transporte barato e qualidade de vida boa, planejamento de longo prazo, deve-se a grande força que o lobby petrolífero tem junto aos governos. Grupo organizado que movimenta bilhões de reais todos os anos e que cuida apenas de seus interesses, em oposição à sociedade civil desorganizada, que não conhece seus direitos e não sabe lutar pelos seus interesses. Sofrendo as consequências de políticas eleitoreiras que pouco estudam as soluções dos problemas da cidade.


Referencias:

CALVINO, Ítalo. Cidades Invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras,1990.

CANEVACCI, Massimo. A cidade polifônica: Ensaio sobre a antropologia da comunicação urbana. São Paulo. Livros Studio Nobel Ltda. 2004.

Dicionário eletrônico Houaiss.

Dicionário eletrônico Michaellis.

Fotos do Trabalho

terça-feira, 1 de junho de 2010

Secretário dos Transportes apresenta avaliação do Rodoanel no Consema

Será muito pequena a contribuição do Rodoanel Metropolitano Mário Covas para a expansão da ocupação do solo urbano na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), em comparação com a expectativa de crescimento sem a continuidade de suas obras. Da mesma forma, o receio de um impacto significativo sobre as áreas de mananciais e demais áreas protegidas existentes no anel peri-urbano não só não tem fundamento, como, ao contrário, na faixa de domínio do Rodoanel, a expectativa é de melhora da qualidade ambiental.

Também melhora a qualidade do ar: primeiro, por reduzir-se a geração de poluentes, graças aos ganhos de velocidade dos veículos, e, em segundo, por transferir parte da carga poluente para locais onde a sua dispersão será facilitada.

Esses e outros dados constam da Avaliação Ambiental Estratégica do Programa Rodoanel, apresentada nesta terça-feira (17/8), na 202ª Reunião Ordinária do Plenário do CONSEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente, pelo secretário de Estado dos Transportes, Dario Rais Lopes. O documento contém os resultados dos estudos realizados com o objetivo de avaliar a viabilidade ambiental do Rodoanel, bem como questões estratégicas associadas à sua implementação gradativa, por trechos, num horizonte de 15 anos. Entre outras informações, o estudo contém as diretrizes para definição e seleção de traçados e para elaboração dos estudos de impacto ambiental para os novos trechos do Rodoanel.

Após a apresentação do secretário dos Transportes, o secretário estadual do Meio Ambiente e presidente do CONSEMA, professor José Goldemberg, sugeriu que o documento fosse encaminhado para análise da Comissão de Avaliação de Impacto Ambiental do órgão e apresentado, já com as conclusões de seus membros, na próxima reunião mensal do conselho.

Benefícios do empreendimento


Entre outros temas contemplados na avaliação efetuada pelo secretário dos Transportes, destacam-se a avaliação estratégica do empreendimento, com a identificação e análise dos efeitos potenciais na Região Metropolitana de São Paulo relacionados à implementação do Rodoanel, e a viabilidade de sua implantação por trechos, indicando a prioridade, a flexibilidade de implantação e a independência entre eles, além das recomendações para gestão do Programa Rodoanel, identificando as ações de responsabilidade do empreendedor e as ações articuladas de políticas públicas. O estudo inclui a proposta de constituição de um Sistema de Gestão Ambiental do empreendimento rodoviário.

Conforme a AAE, os benefícios para o sistema de transportes e a logística do Estado e da Região Metropolitana de São Paulo trazidos pela continuidade do Programa do Rodoanel são claros. As projeções no estudo “apontam para um desvio de cerca de metade dos fluxos de caminhões, que têm origem ou destino fora da RMSP. O Rodoanel também atrairá cada vez mais os fluxos de caminhões com origem e destinos em pontos distantes dentro da própria região metropolitana, especialmente à medida que se aprofundar o fenômeno da modificação locacional da logística da metrópole para sua vizinhança imediata. Com isso, estabelecer-se-á naturalmente a importante segregação entre o tráfego de carga de longa distância, que recorre a caminhões cada vez maiores, do transporte urbano de carga, no qual convém reduzir o tamanho dos veículos, por razões de eficiência dos transportes e de qualidade de vida.”

O documento diz que será muito pequena a contribuição do Rodoanel para a expansão da ocupação do solo na RMSP em comparação com a expectativa de crescimento sem a sua continuidade: “Para taxas acumuladas de crescimento da população até 2020, que podem chegar a 80% em algumas zonas do anel peri-urbano utilizado nessa avaliação, só em poucos casos a contribuição acumulada do Rodoanel ultrapassa 0,2%.”

No que se refere à qualidade da água, assunto vital na região atravessada pelo programa, o estudo mostra que a contribuição será positiva, tanto devido às medidas para controle de sedimentos e cargas difusas, quanto pela preservação de longo trecho de várzea responsável pela auto-depuração de importante afluente do reservatório Guarapiranga. O estudo defende também o mesmo ponto de vista em relação ao transporte de produtos perigoso enfatizando que o simples fato de um veículo transitar no Rodoanel, em lugar da malha viária metropolitana, reduz em pelo menos três vezes o risco de acidentes.

Texto: Mário Senaga
 Fotos: José Jorge

OUVIDORIA DO RODOANEL

Para acompanhamento e fiscalização das obras do empreendimento, no âmbito da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, foi criado o Grupo de Trabalho de Acompanhamento do Licenciamento do Rodoanel.


A Secretaria criou, também, a Ouvidoria do Rodoanel para receber e analisar as manifestações da população sobre as questões relacionadas ao licenciamento do empreendimento.



A Ouvidoria do Rodoanel tem como objetivo identificar os problemas levantados pelos cidadãos e encontrar, junto aos órgãos ambientais, a melhor solução para as questões levantadas, acompanhar o andamento das providências necessárias e responder aos interessados o mais rápido possível e, também, elaborar propostas que possam contribuir para o aperfeiçoamento contínuo das ações da Secretaria do Meio Ambiente, referentes ao empreendimento.



Qualquer cidadão pode recorrer à Ouvidoria do Rodoanel sempre que tiver dúvidas sobre o cumprimento das exigências e dos Programas Ambientais e Medidas Mitigadoras definidas no processo de licenciamento, assim como propostas para minimizar os impactos gerados pelas obras.



O trabalho desta Ouvidoria é desenvolvido de forma integrada com os Órgãos Municipais, Estaduais e Federais, com o objetivo de solucionar os problemas apontados pelos cidadãos e dar transparência e acesso às informações e aperfeiçoar os trabalhos de implantação do Rodoanel.



No âmbito da Secretaria do Meio Ambiente, esta Ouvidoria representa mais um canal de comunicação com os cidadãos para o recebimento de reclamações, sugestões, reivindicações, elogios e denúncias sobre as questões ambientais relacionadas às obras do Rodoanel – Trecho Sul.

Os contatos poderão ser feitos pessoalmente ou por correspondência no endereço abaixo:



Avenida Professor Frederico Hermann Junior, 345, Prédio 12, 1º Andar - Alto de Pinheiros

CEP 05459-900 – SP

Horário de Atendimento: segunda à sexta-feira: das 9 às 18 horas

Contato: Arquiteta Celina F. Bragança Rosa Cláudio

Gerente do Setor Técnico de Empreendimentos de Transportes - EMET da CETESB

sma.celinab@cetesbnet.sp.gov.br

O empreendimento

O Rodoanel Mário Covas – Trecho Sul Modificado é uma obra do Governo de São Paulo, sob a responsabilidade da Dersa, com aproximadamente, 57 km de extensão, que tem como objetivo principal facilitar e reduzir os custos da transposição da RMSP, principalmente por veículos de transporte de cargas, que não terão que se utilizar do sobrecarregado sistema viário metropolitano, bem como atender os fluxos de transporte com origem ou destino na metrópole.



Outro aspecto relevante da implantação dessa rodovia, é o deslocamento do itinerário dos veículos de transporte de produtos perigosos que hoje trafegam por trechos urbanizados, em vias congestionadas, que dificultam o atendimento a qualquer eventual acidente que provoque o derramamento desses produtos.

Além disso, a implantação do Rodoanel está associada às obras do Ferroanel que, concretizará a matriz de transportes planejada para 2.020 (PDDT) e proporcionará a otimização da transposição ferroviária da RMSP; a viabilização do tráfego mútuo entre os sistemas ferroviários operados pelas concessionárias; a melhoria da acessibilidade da Baixada Santista e do Porto de Santos e a liberação da malha ferroviária interna da RMSP, viabilizando sua utilização para o transporte de passageiros urbanos, além dos aspectos logísticos relacionados com a sua operação dos dois sistemas.



Para a escolha do traçado foram considerados os prováveis impactos ambientais relacionados aos meios: físico, biótico e socioeconômico que, em conjunto com as variáveis de engenharia rodoviária, condicionaram a formulação das alternativas propostas e possibilitaram o entendimento e avaliação dos impactos potenciais de cada alternativa estudada, a valoração desses impactos, a comparação entre as alternativas e a seleção de uma delas em cada um dos nove sub-trechos.



Foi, então, selecionada a alternativa que apresenta o melhor resultado no balanço dos volumes de material de corte e aterro, menor área de supressão de vegetação em estágio médio a avançado de regeneração, menor interferência nos recursos hídricos e em outros atributos ambientais, que representaram um acréscimo de custo da ordem de R$ 460 milhões.



O processo de licenciamento do Rodoanel



O licenciamento ambiental do Rodoanel Mário Covas – Trecho Sul Modificado teve início em novembro de 2001 com a apresentação pela Dersa, do Plano de Trabalho dos Trechos Norte, Sul e Leste da rodovia, com o objetivo da definição do Termo de Referência - TR para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – EIA/RIMA.



O Plano de Trabalho foi analisado pelo Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental - DAIA, que definiu o Termo de Referência para o referido EIA/RIMA, com base em pareceres dos Departamentos de Proteção de Recursos Naturais – DEPRN e do Uso do Solo Metropolitano – DUSM, do Instituto Florestal e em manifestações do Ministério Público Federal e pelos documentos e informações geradas em decorrência das audiências públicas realizadas nos municípios de Guarulhos, São Paulo, São Bernardo do Campo, Itaquaquecetuba e Mauá.



Em abril de 2002 foi protocolado no DAIA o EIA/RIMA dos três trechos do Rodoanel. Entretanto, em agosto de 2003, o empreendedor solicitou a suspensão da avaliação e o arquivamento do estudo, em razão da aprovação da “Avaliação Ambiental Estratégica - AAE” do Programa Rodoanel Mário Covas pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA. Este documento contem os estudos realizados com o objetivo de avaliar a viabilidade do Programa Rodoanel como um todo e apresenta, também, as questões estratégicas de sua implementação gradativa em 15 anos.



O CONSEMA, por meio da Deliberação CONSEMA 27/2004, aprovou a viabilidade do Rodoanel por trechos, com prioridade para o Trecho Sul, além de recomendar a adoção da AAE e do Parecer Técnico CPRN/DAIA/143/2001 como Termo de Referência para a elaboração do EIA/RIMA.



A análise do EIA/RIMA foi realizada pelo DAIA, tendo como base, as vistorias técnicas e novas manifestações de outros órgãos, como: as prefeituras municipais relacionadas à rodovia; a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB); o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT); o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); a Empresa de Planejamento Metropolitano do Estado de São Paulo (EMPLASA); o Instituto de Botânica (IBt); o Ministério Público Estadual; o Ministério Público Federal, entre outros.



Além disso, durante o processo de licenciamento foram recebidas, também, as contribuições dos participantes das sete audiências públicas realizadas entre novembro de 2004 a janeiro de 2006, em São Paulo (quatro), Santo André, Embu e São Bernardo do Campo, envolvendo cerca de 3.350 pessoas.



De posse das informações do EIA/RIMA, das manifestações e contribuições acima, o DAIA elaborou o Parecer Técnico CPRN/DAIA/044/2006, onde são apresentados:

· Síntese da Caracterização do empreendimento, do Diagnóstico sócio-ambiental

· Impactos ambientais

· Programas Ambientais com as medidas preventivas, mitigadoras compensatórias para as Fases: pré-construtiva, de construção e de operação

· Compensações Ambientais



No inicio de 2006, o EIA/RIMA foi aprovado pelo CONSEMA, conforme a Deliberação Consema 05/2006, de 22 de fevereiro de 2006 e, no dia 24 do mesmo mês foi emitida a Licença Prévia pela Secretaria do Meio Ambiente.



Para a emissão das catorze Licenças de Instalação foram estabelecidos três níveis de prioridade: A, B e C, sendo consideradas na primeira categoria as obras de arte das intersecções do Rodoanel com os grandes eixos rodoviários e com as represas, com ações pouco representativas em termos de supressão de vegetação.



Foram incluídos na prioridade B os grandes trechos da futura rodovia, cujas obras requerem as ações mais significativas de supressão de vegetação e a categoria C, que corresponde aos trechos urbanizados da futura rodovia.



As questões relativas ao acompanhamento e fiscalização das obras do empreendimento, no âmbito da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, têm sido conduzidas pelo Grupo de Trabalho de Acompanhamento do Licenciamento do Rodoanel, instituído pela Portaria CPRN - 15, de 10/09/07, da Coordenadoria de Licenciamento Ambiental e Proteção de Recursos Naturais – CPRN.



Além do acompanhamento do Grupo de Trabalho citado, a Secretaria do Meio Ambiente criou uma Ouvidoria para atender a população no que se refere às questões de licenciamento ambiental do Rodoanel, cuja responsável é a Gerente do Setor Técnico de Empreendimentos de Transporte- EMET da CETESB, arquiteta Celina F. Bragança Rosa Cláudio. Os contatos poderão ser feitos pelo telefone (11) 3133-3755 ou E-Mail: sma.celinab@cetesbnet.sp.gov.br



Os Programas Ambientais e Medidas Mitigadoras e Compensatórias



As medidas de prevenção, mitigação e/ou compensação de impactos ambientais propostas para o Trecho Sul do Rodoanel foram reunidas em Programas Ambientais, de maneira a permitir a sua implementação e gestão ao longo das várias etapas de planejamento: pré-construção, construção e operação do empreendimento.



Assim, foram propostos 26 (vinte e seis) Programas Ambientais, sendo 5 (cinco) para a fase pré-construtiva, 13 (treze) para a fase construtiva e 8 (oito) para a fase de operação da rodovia. Estes programas não se encerram, necessariamente, nas fases a que estão vinculados, podendo ser implementados durante uma ou mais fases. Esses 26 programas ambientais contemplam 109 (cento e nove) medidas, sendo 35 na fase pré-construtiva, 47 na construção e 27 na operação.



De acordo com o EIA/RIMA, o valor da implementação dos Programas Ambientais corresponde

a R$ 190.000.000,00 e representa 7,31% do valor do empreendimento, que está estimado

em R$ 2.600.000.000,00.



Entre as medidas de compensação ambiental propostas, pode-se destacar o Programa de Criação e Apoio a Unidades de Conservação, que compreende a criação de quatro Unidades de Conservação no município de São Paulo e implementação do Plano de Manejo do Parque Natural Municipal do Pedroso, em Santo André. Além disso, serão destinados recursos financeiros para apoiar a regularização fundiária e implementação do Plano de Manejo dos Parques Estaduais Fontes do Ipiranga e da Serra do Mar (Núcleo São Bernardo).

MAIS DE DUAS MIL PESSOAS JÁ PARTICIPARAM DAS DISCUSSÕES SOBRE NOVO TRECHO DO RODOANEL

As discussões sobre a construção do Trecho Leste do Rodoanel Metropolitano, que deverá ter 43,5 quilômetros, ligando o Trecho Sul, em Mauá, à Rodovia Presidente Dutra, em Arujá já reuniram cerca de duas mil pessoas nas três audiências públicas realizadas no mês de junho, nos municípios de Mauá, Ribeirão Pires e Suzano de um total de sete audiências. Entre outras questões, as maiores dúvidas e questionamentos incidem sobre o traçado desse trecho e as possíveis desapropriações que irão ocorrer. O Trecho Oeste, em operação desde 2002, tem 32 km e liga as rodovias Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castelo Branco, Anhanguera e Bandeirantes, com a movimentação diária de 220mil veículos por dia. O Trecho Sul terá 61,4 km e suas obras foram iniciadas em maio de 2007, com previsão de conclusão em março de de 2010 e fará a ligação do Trecho Oeste com as rodovias Imigrantes, Anchieta e a Interligação da Av. Papa João XXIII, em Mauá.